Ricardo Gama – Advogado em Portugal | Imigração, Nacionalidade e Direito Imobiliário

Despejo por falta de pagamento em Portugal: o que fazer quando o inquilino não paga a renda

Despejo por falta de pagamento em Portugal – como reaver o imóvel

O despejo por falta de pagamento em Portugal é uma das ações mais recorrentes no direito imobiliário. Quando um inquilino deixa de pagar a renda, o senhorio vê-se privado do rendimento acordado e, muitas vezes, enfrenta dificuldades para cobrir despesas como condomínio, IMI, seguros e até prestações bancárias.

Se está a passar por esta situação, saiba que agir rapidamente é essencial para evitar prejuízos maiores. Neste artigo, explicamos passo a passo como funciona o despejo por falta de pagamento em Portugal, quais são os prazos, as regras e como um advogado pode acelerar todo o processo.

1. O que é o despejo por falta de pagamento em Portugal?

O despejo por falta de pagamento em Portugal é o procedimento legal que permite ao senhorio recuperar a posse do imóvel quando o arrendatário deixa de cumprir a sua obrigação de pagar a renda.
A legislação portuguesa é clara: o atraso prolongado no pagamento é motivo legítimo para resolver o contrato e iniciar a ação de despejo.

2. Quando iniciar um despejo por falta de pagamento em Portugal?

O senhorio pode iniciar um despejo por falta de pagamento em Portugal quando:

  • O arrendatário tem pelo menos dois meses de renda em atraso;
  • Não paga despesas que, por contrato, sejam da sua responsabilidade (condomínio, água, luz, etc.);
  • Ignora a notificação para regularizar a dívida.

A notificação deve ser enviada por carta registada com aviso de receção, garantindo prova da comunicação.

3. Passos iniciais para o despejo por falta de pagamento em Portugal

  • Confirmar o atraso – Verifique se o valor não foi pago por erro bancário ou atraso pontual.
  • Contactar o arrendatário – Um primeiro contacto cordial pode resolver sem litígio.
  • Enviar notificação por escrito – Carta registada com aviso de receção, informando a dívida e prazo para pagamento.
  • Guardar toda a prova – Contrato, recibos, extratos e cópias das comunicações são essenciais.

4. Documentos essenciais para o despejo por falta de pagamento em Portugal

Para que o despejo por falta de pagamento em Portugal seja eficaz e célere, é fundamental apresentar:

  • Contrato de arrendamento;
  • Notificação enviada ao arrendatário;
  • Comprovativos da dívida (recibos não pagos, extratos bancários);
  • Registos de comunicações relevantes.

Documentos incompletos ou inconsistentes podem atrasar o processo e dificultar a decisão favorável.

5. O papel do BAS – Balcão do Arrendatário e do Senhorio

O antigo BNA – Balcão Nacional do Arrendamento foi substituído pelo BAS – Balcão do Arrendatário e do Senhorio, que é uma secretaria judicial especializada e não um sistema extrajudicial.
No contexto de um despejo por falta de pagamento em Portugal, o BAS é a via processual mais célere para:

  • Procedimento Especial de Despejo (PED);
  • Injunção em Matéria de Arrendamento (IMA) para cobrança de rendas.

Todo o processo é tramitado eletronicamente, permitindo submissão de documentos e acompanhamento online.

5. Como funciona o Procedimento Especial de Despejo no BAS?

O Procedimento Especial de Despejo dentro do BAS segue, normalmente, estas etapas:

  • Submissão do pedido pelo senhorio ou advogado;
  • Notificação ao arrendatário para pagamento, desocupação ou oposição;
  • Decisão – se não houver oposição válida, é emitido título de desocupação;
  • Execução – feita por agente de execução ou oficial de justiça.

Este método torna o despejo por falta de pagamento em Portugal mais rápido do que um processo judicial comum.

6. Onde o BAS não se aplica no despejo por falta de pagamento em Portugal

O BAS — Balcão do Arrendatário e do Senhorio centraliza o procedimento especial de despejo, mas não se aplica em casos mais complexos ou com reivindicações indemnizatórias ou não meramente de entrega do imóvel. Exemplos:

  • Despejos complexos com pedidos de indemnização por danos ou rendas futuras — requerem ação judicial tradicional;
  • Controvérsias contratuais relativas a cláusulas abusivas, usucapião, restituição de caução, ou obras não autorizadas, que ultrapassam o âmbito do BAS;
  • Perda de título executivo (contrato não escrito) — obriga a recorrer à via judicial de despejo.

Nessas situações, apenas um processo judicial convencional garante a proteção jurídica necessária.

7. Por que contratar um advogado para o despejo por falta de pagamento em Portugal?

Um advogado especializado assegura:

  • Cumprimento rigoroso dos requisitos formais do BAS;
  • Redação correta da notificação e do requerimento;
  • Transição adequada para ação judicial, se necessário;
  • Estratégias para evitar nulidades e atrasos.

8. Prazos e custos do procedimento de despejo por falta de pagamento em Portugal

Geralmente, o processo via BAS dura entre 2 a 6 meses, dependendo da complexidade.
As taxas de justiça são calculadas com base no valor da renda e das quantias em dívida, sendo mais económicas que um processo judicial tradicional.

O despejo por falta de pagamento em Portugal, quando realizado pelo BAS, é rápido e eficaz. Porém, em casos mais complexos ou com pedidos de indemnização, é essencial recorrer ao tribunal.
Na nosso escritório, oferecemos apoio em todo o processo, desde o BAS até às vias judiciais necessárias, assegurando que os seus direitos como senhorio são respeitados.

Se precisa de ajuda, entre em contacto connosco estamos prontos para agir com segurança e eficácia.

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